quarta-feira, 16 de abril de 2008

O meu cadilho

Ao contrário do que muita gente possa julgar, a expressão “Quem tem filhos tem cadilhos” não quererá dizer que quem tem filhos tem problemas (Deus nos livre e guarde). Não podiam estar mais longe da verdade. São as crianças que nos salvam de uma vida insípida e rotineira, ou da tragédia de uma vida caída em desgraça, perdida nas noites, com os sentidos ofuscados pelas luzes de néon e pelos vapores de álcool que pairam no ar.
O que declara, e isso será facil de comprovar por quem os tem, é que quem tem filhos tem cadilhos, atilhos, atacadores, baraços, fios, cordéis, cadarços, correntes, linhas, ataduras e muitas fitas e elásticos, cor-de-rosa se for uma filha.

Cadilhos s. m. pl. 1 franjas; 2 preocupações; cuidados (Porto Editora)

Esta reflexão surgiu-me a propósito da auto censura a que estoicamente me submeti. Fosse eu uma pessoa livre e sem amarras, sem preocupações relativamente a brotos que ainda não sabem dizer inconstitucionalidade (quem sabe se algum dia o conseguirão escrever) e estaria eu agora a “malhar em ferro quente” (expressão que analisarei noutra ocasião), como tão bem o sei fazer, sobre tudo o que se tem passado por aqui.

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