sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Não há recolha do lixo?

Quando em Lisboa me perguntam como é que é Maputo, como é que são as coisas quando cá venho, invariavelmente começo por destacar o que mais me impressiona: A quantidade de carros topo de gama que circula na cidade.
Nunca vi tantos no mesmo sítio (e já fui a algumas capitais europeias).
Numa cidade onde nos deparamos diáriamente com a miséria, miséria mesmo, isso indigna-me a mim e certamente muito mais a este povo.
Aparentemente o Governo moçambicano, insensível à miséria que o rodeia (e à minha indignação), continua a tratar-se bem venham as "greves" que vierem.

Ah! E há o lixo!!!

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Machamba abandonada

A machamba das traseiras tem vindo a encher-se de lixo, corvos e sem-abrigo. A ordem de chegada foi essa e tornou-se um circulo vicioso. Mais lixo, mais corvos e mais sem-abrigo.

Os últimos, para além dos sentimentos contraditórios que normalmente me despertam (dependendo do dia e do estado de espírito), no início incomodaram-me um pouco o ego, trazendo-me à memória vadiagens distantes que podiam ter descambado para aventuras bem mais complicadas.

O lixo, obviamente, incomoda-me porque estraga a paisagem onde eu me habituei a repousar os olhos pela manhã, mas principalmente por causa das moscas.

Acima de tudo são os corvos o que mais me chateia. A treta da superstição . . .

“Longe vá o agoiro”

Onde é que estavas no 25 de abril?

Ontem cruzei-me com uns textos que quis linkar aqui, mas polémicas bloguisticas desviaram-me a atenção e esqueci-me.
Hoje novas polémicas levaram-me de novo ao site da autora dos ditos. Lembrei-me.
Então aqui vai.

A filhota já fala ingrês

One, two, fri, fró, frai, six, seven, late, nait.

PARABÉNS MARÍLIA

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Mais uma alentejana

Uma pesquisadora do IFADAP bate a uma porta num montezinho perdido no interior do Alentejo e pergunta ao agricultor...
- Esta terra dá trigo?
- Nã senhora - responde o alentejano.
- Dá batata?
- Tamém não!
- Dá feijão?
- Nunca deu um!
- Arroz?
- De manera nenhuma!
- Milho?
- Tá a gozar comigo?!
- Quer dizer que por aqui não adianta plantar nada?
- Ah! Se plantar já é outra conversa...

E voltamos à confusão

"Greve de chapeiros?
Funcionários da Universidade Eduardo Mondlane acabaram de me informar que parece haver greve de chapeiros em algumas áreas da cidade de Maputo, que há gente privada de chapas em certas áreas. A informação foi confirmada por um dos meus assistentes e por um jornalista. Não tenho mais pormenores por agora."
Fonte: Diário de um sociólogo

Acompanhem o desenrolar dos acontecimentos no blog de Carlos Serra. Como diz o ma-shamba: “… Serra torna-o numa espécie de estação de rádio”.

Homenagem de Graça Machel a três grandes moçambicanos

http://www.mol.co.mz/noticias/metical/2001/mt010822.html
Fonte: Carlos Serra

As alentejanas são as melhores

Um suíço, à procura de orientações sobre o caminho a seguir, pára o carro ao lado de um outro com dois alentejanos lá dentro.
O suíço pergunta:
- Entschuldigung, sprechen sie deutsch?
Os dois alentejanos ficaram mudos.
- Excusez-moi, parlez vous français? Tentou...
Os dois continuaram a olhar para ele impávidos e serenos.
- Prego signori, parlate italiano?
Nada por parte dos alentejanos.
- Hablan ustedes español?
Nenhuma resposta.
- Please, do you speak english? Nada.
Angustiado, o suíço desiste e vai-se embora.
Um dos alentejanos vira-se para o outro e diz:
- Talvez devêssemos aprender uma língua estrangeira...
- Mas pra quê, compadre? Aquele idiota sabia cinco e adiantou-lhe alguma coisa??!
Fonte: Candy Arts

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Modéstia mas nem tanto

O meu homem foi citado no Savana (o jornal mais imparcial) pelo sociólogo mais conceituado, autor do blog mais lido de Moçambique.
Como por vezes tem ataques de modéstia (falsa???), aqui vai.


Porque, para mim, isto também é notícia.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Voltámos à normalidade

Falta água há três dias (estão a arranjar as canalizações públicas). como não avisaram que iam cortar o abastecimento, no primeiro dia decidimos ir para uma residencial.

Eu não gosto muito de piscinas, mas que ficam bem na paisagem . . .



. . . e diz a filhota: "Isto é que é vida".

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Yes, you can.


http://www.youtube.com/watch?v=2fZHou18Cdk&feature=related

It was a creed written into the founding documents that declared the destiny of a nation: Yes, we can.

It was whispered by slaves and abolitionists as they blazed a trail towards freedom: Yes, we can.

It was sung by immigrants as they struck out from distant shores and pioneers who pushed westward against an unforgiving wilderness: Yes, we can.

It was the call of workers who organized, women who reached for the ballot, a president who chose the moon as our new frontier, and a king who took us to the mountaintop and pointed the way to the promised land: Yes, we can, to justice and equality.

Yes, we can, to opportunity and prosperity. Yes, we can heal this nation. Yes, we can repair this world. Yes, we can.

We know the battle ahead will be long. But always remember that, no matter what obstacles stand in our way, nothing can stand in the way of the power of millions of voices calling for change.

We have been told we cannot do this by a chorus of cynics. And they will only grow louder and more dissonant.

We've been asked to pause for a reality check. We've been warned against offfering the people of this nation false hope. But in the unlikely story that is America, there has never been anything false about hope.

That the hopes of the little girl who goes to the crumbling school in Dillon are the same as the dreams of the boy who learns on the streets of L.A., we will remember that there is something happening in America, that we are not as divided as our politics suggest, that we are one people, we are one nation.

And together, we will begin the next great chapter in the American story, with three words that will ring from coast to coast, from sea to shining sea: Yes, we can.

Para os desconfiados

http://arrastao.org/eua/e-no-entanto-ele-pensa/

Para quem não conheceu o Daniel há vinte anos atrás, é compreensível que desconfie da possibilidade do entrevistador ter sido enganado pelo aspecto do rapaz e apanhado com um melga que não se cala e ainda por cima sabe do que fala.
E esses, que acham que isto foi concertado entre o entrevistador e a organização de campanha do Obama . . .

http://www.youtube.com/watch?v=NfMz45BPjGU&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=htD8v2t81h4&feature=related

http://www.youtube.com/watch?v=kica8hmSdAM&feature=related

. . . fiquem na dúvida.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Uma ilustração do ambiente que se vive aqui II

Música: Povo no poder
Artista: Azagaia
Label: Cotonete Records

Já não caímos na velha história
Saímos p`ra combater a escória
Ladrões
Corruptos
Gritem comigo p´ra essa gente ir embora
Gritem comigo pois o povo já não chora

I
Isto é Maputo, ninguém sabe bem como
O povo que ontem dormia hoje...perdeu o sono
Tudo por causa desse vosso salário mísero
O povo sai de casa e atira pra o primeiro vidro
Sobe o preço do transporte sobe o,
Preço do pão
Deixam o meu povo sem Norte deixam o,
Povo sem chão
Revolução verde, só vemos na nossa refeição
Agora pedem o que?...Ponderação
Pondera tu, antes de fazeres a merda
De subires o custo de vida
E manteres baixa a nossa renda
Esse governo não se emenda mesmo...NÃo
Vai haver uma tragédia mesmo...SIM
Mesmo...
Que venham com gás lacrimogénio
A greve tá cheia de oxigénio
Não param o nosso desempenho
Eu vou lutar, não me abstenho
Malhazine-PRESENTE
Magoanine-PRESENTE
Urbanização-PRESENTE
Jardim

Coro: POVO NO PODER (16X)

II
Senhor presidente, largaste o luxo do teu palácio
Finalmente te apercebeste que a vida aqui não está fácil
E só agora é que reunes esse conselho de ministros
O povo nem dormiu, já tamos há muito reunidos
Barricamos as estradas
Paralisamos esses chapas
Aqui ninguém passa
Até as lojas estão fechadas
Se a policia é violenta
Respondemos com violência (O quê?)
Muda a causa pra mudares a consequência
Mais de metade do meu salário vai pra impostos e transporte
Se o meu filho adoece fica entregue a sua sorte
Enquanto isso, esse teu filho está saudável e forte
Vive na fartura leva uma vida de lord
Viver aqui é um luxo, o custo é elevadissimo
Trabalhamos como escravos e entregamos tudo no dízimo
Baixa a tarifa do transporte ou sobe o salário minimo
Xeeeeeeeee...isso é o que deves fazer no minimo
À não ser que queiras fogo nas bombas de gasolina
Assaltos a padarias, ministérios, imagina
Destruir os vossos bancos comerciais,a vossa mina
Governação irracional parece que contamina
Que tenham aprendido a lição
E não esperem pela próxima
Aviso-vos meus senhores que terão pela próxima

O Norte-PRESENTE
O Centro-PRESENTE
O Sul-PRESENTE
MOÇAMBIQUE

Coro: POVO NO PODER (16X)

Producao: Nick Slim
Captacao Mistura e Master: Xiconhoca e G2
Estudio: GESTUDIO
Distribuicao: http://www.cotonetemoz.blogspot.com/

Postado por Cotonete Records

Uma ilustração do ambiente que se vive aqui I

"Azagaia e os abstencionistas
Sinto ser uma passagem admirável a que vou reproduzir de uma carta do rapper moçambicano Azagaia endereçada aos manos e às manas do país: "Eu é que não vou ficar alheio a isto, pensem o que quiserem pensar, chamem-me os nomes que me chamarem, oportunista, comercial, o rapaz dos desabafos ou sei lá o quê! Mas antes de me apelidarem, perguntem-se onde vocês estavam, o que estiveram vocês a fazer quando o povo da periferia estava a manifestar-se. A greve resultou, mas não resultou apenas para os que arriscaram as suas vidas nas ruas, resultou também para ti que estavas a curtir o fim de semana que se prolongou, tu que estavas a fazer piadas sobre os que se entregavam de corpo e alma à luta, tu também vais pagar 5 Mt e 7.5 Mt no chapa e não 7.5 Mt e 10 Mt, e de certeza vais poupar um pouco mais e vais respirar de alívio. As várias associações da sociedade civil não mostraram a sua posição, os músicos, os escritores, e todos que seriam afectados directa ou indirectamente pela subida dos chapas. Detestei essa falta de organização nossa, esse distanciamento, podíamos ter feito mais, podíamos ao menos ter sido mais solidários e mostrado a nossa união. Eu fiz humildemente esta música para mostrar a minha solidariedade, podia ter feito mais reconheço, mas cada um na sua frente. Eu uso a música para lutar e tu?"
posted by Carlos Serra at 2/09/2008 04:23:00 PM

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Já agora

Ainda relativamente às escaramuças do dia 5 a que eu me referi aqui e aqui, quero responder a este comentário no antropocoiso, relativo a este post, pois ao secundar "as postas" dele, sinto-me um pouco ofendida com a assunção de que esperavamos protecção.
Não sei quem é que devia ser informado da presença e possível necessidade de ajuda, eu só queria que aquele grupo de "tour" istas por "tugas" tivesse sido apoiado pela embaixada, pelo consulado ou até mesmo pelo Grupo Pestana. E é óbvio que quando se fala em apoio, a não ser que já tenhamos um espírito muito retorcido, não é dos comandos que estamos a falar.
Senti e sinto-me indignada com a declaração do Ministério dos Negócios Estrangeiros, na televisão, de que acompanharam de perto os acontecimentos da passada 3ª feira, em Maputo, e que todos os cidadãos portugueses estavam bem.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Agora aqui que ninguém nos ouve

Podes explicar-me devagar, de preferência com um esquema, como se eu fosse muito burra . . . O que é são os feeds?

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Estes portugueses estão bem (não graças à Embaixada)

Respondendo ao Pedro e aproveitando para dar notícias a todos, passo a desenvolver.

Numa calma aparente a situação está ainda um pouco tremida, mas estamos bem.
Fomos hoje fazer compras para as provisões, caso a coisa dê para o torto barrico-me em casa. Infelizmente não acredito que a confusão fique por aqui. A questão dos chapas foi só um rastilho.

Os chapas quase não tem circulado, não sei se por medo se por estarem a fazer greve como retaliação à decisão de suspender temporariamente (e é este temporariamente que me deixa a pulga atrás da orelha) o aumento das tarifas, querem que o governo baixe o combustível.

Quanto ao que se passou na terça-feira, apesar do susto, acabou por se tornar numa demonstração de solidariedade entre amigos e desconhecidos que me surpreendeu.

No desenvolvimento dos motins, a que o povo eufemísticamente chama de greve, agora vêm os apelos à calma dos culpados pela situação miserável em que este povo se encontra. Só de os ouvir falar dá-me vontade de ir buscar uns pneus "myself" e fazer umas fogueiras na avenida.
Dispenso as pedras, sou esquentada mas pacífica. Não deixo de pensar, no entanto, que um pouco deste sangue quente talvez não nos fizesse mal aí em Portugal.

Mas para não dizer mais baboseiras, que eu não quero ir "dormir com o chefe", fico-me por aqui.
O Paulo fará um relato, passando por cima daquela parte em que a nervosa da mulher, desconfiada e chata a magana, fez com que o grupo se recolhesse a tempo de pôr o coiro a salvo.


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Carnaval 2008

TERÇA-FEIRA DE CARNAVAL NO RIO DE JANEIRO



TERÇA-FEIRA DE CARNAVAL EM TORRES VEDRAS

TERÇA-FEIRA DE CARNAVAL EM MAPUTO