quarta-feira, 18 de junho de 2008

Durão solidário com os irlandeses

«Numa alusão à crise institucional em que a UE mergulhou há três anos, na sequência da rejeição do anterior projecto de Tratado Constitucional em referendos em França e na Holanda, o presidente do executivo comunitário afirmou que a Europa não se pode dar ao luxo de continuar a "gastar energias" com mais crises institucionais e tem de combater o pessimismo.

"O Mundo não fica à espera que a Europa resolva o seu problema institucional" e é necessário enfrentar os desafios globais tais como a segurança energética, alterações climáticas, terrorismo, imigração e "uma competição mais dura que nunca", afirmou.» (Público)

Depreender-se-á por aqui, que vão arregaçar as mangas, colocar a questão do tratado para trás das costas e começar a trabalhar a sério.

«Barroso garantiu no entanto que Dublin pode contar com o apoio de Bruxelas e dos restantes Estados-membros.
"Vamos trabalhar com os nossos amigos irlandeses num espírito de solidariedade", assegurou.» (SIC Online)

Espírito de solidariedade . . . isto promete.

«O presidente da Comissão Européia voltou a dizer que o processo de ratificação do Tratado de Lisboa deve prosseguir nos oito países que ainda não assumiram uma posição, para depois se procurar - sem precipitação, mas com alguma urgência - a solução para superar a crise.

Na sessão plenária, alguns deputados britânicos eurocéticos empunhavam faixas e exibiam camisetas com os dizeres: "Respeitem o voto irlandês".» (Lusa)

É que cada vez percebo menos de política.

Mas de jornalismo vou percebendo algumas coisas. Como o facto dos jornalistas recorrerem com muita frequência ao copy paste das notícias da Lusa e aparentemente uns dos outros (reparem nos dois últimos parágrafos em cada notícia).
Ué?! eu também faço isso mas eu sou uma bloguinha (e tento ser um nadinha mais criativa).

6 comentários:

samuel disse...

Isto quando não se publica apenas o que as agências de comunicação "aconselham"...

Marta disse...

Eu não queria entrar nesses detalhes MENORES . . . também já tinha reparado que quando as notícias são quentes, sou eu que as tenho que pesquisar na web. Mas vou criticando baixinho, porque não iria adiantar nada (como disse, sou apenas uma bloguinha) e acabavam-se-me os pingos, que tantas bandeirinhas exóticas me têm dado.

Anónimo disse...

O sr. Robert Mogabe é um aprendiz de feiticeiro, comparado com estes srs. eurocratas. Quando o resultado das eleições não lhes é favorável, repetem-se as eleições até ser, uma medida perfeitamente democrática (pelo menos é o que dizem alguns fazedores de opinião na TV e jornais – tenham vergonha). O Salazar não faria melhor, nas eleições para a presidência da república quando se candidatou o gen. Humberto Delgado, o Salazar não perdeu tanto tempo como estes pseudo-democratas, limitou-se a queimar alguns votos e a contabilizar erradamente outros, mas nunca se atreveu a repetir eleições.
Não serão estes procedimentos, terrorismo?
É preciso ter lata “vamos trabalhar com os nossos amigos irlandeses num espírito de solidariedade”, se assim quisesse fazer restava-lhe, RESPEITAR O VOTO DOS IRLANDESES.
Desculpem por não me identificar, mas assumo que tenho algum receio de represálias. Quem é capaz de apoiar a invasão do Iraque, com as consequências por todos sobejamente conhecidas e solicitar a repetição de eleições até que surja o resultado por si pretendido, naturalmente que é capaz de tudo.

Marta disse...

Durante uns tempos também defendi um certo anonimato. Marta apenas.
Mas a certa altura apercebi-me que a impunidade é tanta que ninguém se vai dar ao trabalho e perder o seu precioso tempo em represálias.
Quanto ao sr. Robert Mugabe, não diria que é apenas um aprendiz de feiticeiro. O nível de intimidação, de perseguição e violência não me permite pensar dessa maneira. Não se esqueça que o líder da oposição (e quem quer que esteja com ele em campanha) é preso dia sim dia não e que o secretário-geral está preso e condenado por traição. Sem contar com a quantidade de pessoas, impossível de determinar, que foram assassinadas e das que são diáriamente chantagedas (e em perigo de vida), no sentido de garantirem o seu voto ao regime.

Anónimo disse...

Estimada Marta, concordo plenamente com os seus argumentos, no entanto terá que entender que o assunto que estava a ser comentado era a pretensão dos srs. da C.E. não aceitarem o NÂO do povo da Irlanda, propondo uma repetição até que tenham o SIM por eles exigido, quando mencionei o sr. Robert Mugabe, tinha só e apenas a intenção de dizer que ele não faria melhor, apesar de o considerar mais imaginativo que esta gente da C.E..
Quanto ao anonimato, também foi uma forma de demonstrar (reforçar) o meu desagrado em lidar (ser liderado) com gente tampouco democrata, diria até, nada democrata.
Um abraço forte para todos
João

Marta disse...

Como diz o outro, cumprenditi.