E dizia ela, já com um plano mirabolante em mente, do qual eu nunca desconfiei: "Eu sei quem é que tem todas estas músicas da Elis Regina, foi até ele que me fez esta selecção. Podemos lá ir agora, pedimos-lhe para gravar uma cassete com os temas que mais gostas, inclusivamente o Rebento, e tu paras de me moer o juízo para te emprestar esta". Passava já da meia-noite e ela que não, "ele deita-se tardííííssimo e até gosta de visitas".
Apanhámos um táxi para o outro extremo da cidade. Já à porta, ainda a tentei demover de incomodar, de madrugada, um pobre coitado que para mal dos seus pecados também era amigo dela. Por causa de uma cassete . . . mesmo que eu a quisesse muito. Já que tínhamos ido até ali, resolvido estava. Toquei à campainha . . . espera . . . ela tocou de novo . . . espera . . . já eu lhe puxava pela manga para nos eclipsarmos dali, quando a porta se abre e ele surge . . . ensonado.
Convidou-nos a entrar como quem já sabe o que a casa gasta. Se a Madalena ali estava, o melhor era sentar-se enquanto ela desenrolava ao que ela vinha . . . ela e eu (glup).
O assunto Elis Regina adoçou o ambiente. Só então respirei e vi . . . o apartamento de solteiro mais bem decorado, mais confortável e mais arrumado em que eu já tinha entrado.
Passado um mês deixou de o ser. Eu já lá estava a viver.
segunda-feira, 17 de março de 2008
Efeito Elis Regina
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Lisboa
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