quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

O Museu

Et voila . . .

"As pinturas não eram expostas, mas mostradas, uma a uma, a um apreciador em estado de graça, contribuindo para alimentar ou aprofundar a comunhão com o mundo. Confrontar pinturas, operação intelectual, opõe-se completamente ao abandono que só a contemplação asiática permite; aos olhos da Ásia, o museu, se não for um local de ensino, só pode ser um concerto absurdo em que se sucedem e misturam, sem entreacto e sem fim, melodias contraditórias."

(MALRAUX, 2000: 12)

. . . porque é que eu não vou aos museus.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

A Lei contra o tabaco

Considero-me uma pessoa equilibrada (a não ser naquela vez que caí de um muro de dois metro de altura . . . sentada!!!) e por isso defendo a proibição de fumar em espaços públicos. A grande maioria dos fumadores não se abstém de fumar para cima dos outros por princípio, terá que ser por imposição.
Quando aqui falo em espaços públicos, refiro-me àqueles espaços que somos obrigados a frequentar e que por si só já são um castigo (Finanças, Hospitais, Escolas ...).

Eu não vou às discotecas por causa do fumo (e sou fumadora) mas também não vou porque não suporto os níveis de ruído (alguém os tem controlado?), está mais que provado que o ruído em excesso provoca a surdez a longo prazo.

Não tenho acompanhado a discussão sobre a Lei mas tive oportunidade de ver parte do programa “prós e contras” e começo a ficar realmente preocupada (há já algum tempo que o estou) com o caminho que as coisas estão a tomar. Qualquer dia vão-me buscar a casa, pela calada da noite, porque deixei alguma coisa a estragar no frigorífico, que me empesta o ar da casa e prejudica a saúde da criança.

Ninguém se preocupou até agora (ou tomou medidas tão drásticas relativamente a isso) com o ambiente carregado pelo ar condicionado por limpar, que eu sou obrigada a suportar no meu local de trabalho. Nem mesmo se preocupam com os atentados à saúde publica que são os transportes apinhados, em que o limite do espaço estipulado para cada utente é largamente ultrapassado.
E como é que vão controlar o ar interior dos restaurantes se o ar exterior já está saturado? Em certos locais mais do que o definido pelas tais recomendações da OMS. Que medidas foram tomadas para apreender os automóveis que poluem para além do que o permitido? E qual é a cota de poluição para cada indivíduo?

E onde é que eu vou almoçar amanhã?
Isto está mal . . . a coisa está a ficar preta e desta vez para não variar, para o lado dos fumadores.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

BOM DIA PEDRO


PARABÉNS TIO PEDRO 23-01-2008

A comemoração já estava preparada há quase um mês . . . mas . . . os p-fólios . . .

O que me vale, nestas alturas, são as mensagens da Patia.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

1º p-fólio

Foi uma "guerra" até ao último segundo.
Cheguei um pouco antes da hora pois já sabia do problema e queria tentar resolve-lo.
Depois das negas, "o seu p-fólio não chegou", "não podemos passar declaração de presença", "não podemos fazer nada", ia já eu na porta da rua quando me chamaram de volta.
Com uma pilha de nervos que já vinha do dia anterior, quando soube que não tinham enviado as minhas provas para a embaixada, fui informada no telefone da recepção, pela senhora (secretária ?) que estava também ao telefone com a Universidade, de que iam receber o p-fólio . . . por fax !!!
Menos mal . . .
"Os outros p-fólios que faltam vão a caminho da Beira".
BRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRRR

Decidi fazer o p-folio mesmo assim, nervosa, não fosse acontecer o mesmo na época de recurso.
Curiosamente o vigilante que conseguiram "desencantar" e para quem eu só olhei no final da prova, era o Mestre da Biblioteca que eu tinha entrevistado para o trabalho de PCD.
Hoje não sei como será com o p-fólio de ALD e isso é mais complicado de resolver visto que essa é uma disciplina com continuidade no segundo semestre . . .

Querem mais ou assim está bem ?

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Disposta a tudo

Depois de já ter dito mal de tudo e mais alguma coisa e depois de despachar os p-fólios, vou tratar de procurar casa.
Vou usar de todos os meus recursos e numa última tentativa desesperada . . .
vou-me às Imobiliárias.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Já me faltavam pancadas . . .

Eu digo e faço asneiras em qualquer lugar do mundo e em algumas línguas. Normalmente isso desperta simpatia ou uma saudável gargalhada.
Aqui em Moçambique, até um simples equívoco é constrangedor.
Um empregado no restaurante pergunta-me "Prá tomar ?" e eu respondo "Prato do Mar não, hambúrguer por favor", quando me apercebo da confusão, fico envergonhada.
Em qualquer outro sítio saberia rir, aqui, é como se estivesse a ofender alguém.

No outro dia perguntei ao Paulo, como quem conta uma anedota alentejana, "Quantos moçambicanos são necessários para decidir fazer um trabalho ?" (observava este grupo de trabalhadores no reservatório de água),

senti logo a necessidade de esculhambar os portugueses, os brasileiros-que-também-não-são-bons-de-assoar e mais quem viesse.

Toda a minha vida defendi os africanos, mesmo aqueles que fugindo à miséria, escolhiam o país opressor para refazer a vida. Porquê ? esta sensação de culpa ?

O Paulo aconselhou-me a ler "O remorso do homem branco".

sábado, 12 de janeiro de 2008

e-fólios e mais e-fólios

Isto por aqui está um pouco parado mas cá em casa não pára. É e-fólios para a esquerda, e-fólios para a outra esquerda . . .
E perguntam vocês, "o que é um e-fólio?"
É um documento electrónico, elaborado pelo estudante e colocados online. Instrumento usado na avaliação contínua em e-learning, é avaliado e classificado pelo docente e o resultado integra o Cartão de Aprendizagem.

Entretanto, para não perderem o ritmo, podem espreitar no blog do Paulo os "pormenores mais comezinhos" desta aventura.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Saúde

Queria saudar, com esta mudança que correu tão bem, uma daquelas pessoas que tal como eu, tenta com maior ou menor sucesso, melhorar os dias dos outros. Como alguém lhes chamou, os "pacificadores urbanos".
À Dulce, colega deste último ano, que tão bem o fez por mim.

A partir deste momento o espaço está realmente aberto ao público. Podem comentar à vontade.

No espaço anterior
"
Espaço da Marta
"A experiência é uma coisa maravilhosa, habilita-nos a reconhecer o erro cada vez que o repetimos."
"
só a Patia, o Pedro e o meu pai podiam comentar, o acesso apenas era permitido a inernautas com o Windows live. Quem me conhece, sabe o que é que esse tipo de imposição significa para mim.
Espero não haver problemas agora.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Não tem refresco

Hoje fomos finalmente parados por uma operação STOP/NATAL, atrasada.
Foi rápido. Ainda eu não tinha tido tempo para dizer mal da vida, que o dia começava mal, quando o Sr. Matine, o nosso taxista particular que conduz um carro que é o sonho de qualquer caçador de multas, depois de puxar os galões com o artigo qualquer coisa e tal, pediu para passar multa. O desplante!
Desta vez ninguém teve que pagar refresco.
Afinal, apesar do mau tempo, o dia começou bem.

domingo, 6 de janeiro de 2008

Out of Africa

Enquanto ao meu lado, a minha filha, irrequieta, inventa espaço na cadeira para uma cabana de toalhas e capulanas, à minha frente, a beatitude do Paulo que se delicia com um naco de carne saboroso, coisa rara nos restaurantes de Maputo.
Ao fundo, a barra da marina com pescadores. Todos parecem ser portugueses.
Na mesa à minha esquerda, um casal moçambicano com ar de quem está a comemorar as bodas-de-prata. Ele, de cara fechada na ementa, parece avaliar a despesa que a comemoração exige. Ela está de costas, mas dá para ver que está calada, procurando desesperadamente algo para dizer. Casamento a quanto obrigas.
À direita, o Mar. A baía de Maputo.
Estamos no Clube Naval de novo. A filha quis vir à piscina e eu aproveito para estudar . . . ou dizer baboseiras.

Temos tido alguns momentos especiais.
Fomos passar o domingo a casa de um amigo português/moçambicano/sul-africano (ainda não percebi bem), num condomínio com piscina. Vieram buscar-nos mais cedo para podermos dar um mergulho . . . "Não pode, acabámos de fazer tratamento da água". Num domingo, véspera de fim-de-ano, férias, familiares . . . bem pensado. Mas foi um dia simpático. Eles são simpáticos e sabem receber, coisa que o Paulo adora.
Anteontem fomos jantar com outro casal amigo, os meus moçambicanos preferidos, que tem estado fora.
Agora com o regresso de toda a gente talvez a questão da casa se resolva.

Ainda não vos falei da casa onde estamos, na esperança de o poder fazer já noutra situação . . . está difícil. Por isso vou falar dela mesmo assim.
A casa é muito cara, o que não seria tão grave se não tivesse algumas falhas.
Estamos no mesmo edifício onde já tínhamos estado um mês, desta vez no 1º andar. Não há aranhas e a cadela tem um 1º balcão para as machambas (hortas). Estas são as vantagens do sítio.
Quando chegámos, a casa não tinha sido limpa, tínhamos portanto baratas africanas como inquilinas. Não tenho fotografias das baratas mas esta fotografia de uma formiga ilustra o que quero dizer.



A sala depois de um mês, continua sem uma das janelas. Tem um mosquiteiro, mas quando chove (as chuvas aqui não são mansas), chove na sala e temos que tirar rapidamente tudo da mesa. A única vez que a filhota teve febre foi depois de passar uma tarde na sala, na corrente de ar.
Na casa-de-banho a luz não funciona. Levámos um candeeiro do quarto, que temos que ir ligar de cada vez que ela lá quer ir.
Não há ar condicionado. Um grande problema para o Paulo. Isso e o facto de não haver secretária, nem nada parecido, num apartamento que é suposto ser para professores.
Para cúmulo, a porta de entrada no rés-do-chão, que é guardada 24 horas por dia, fica fechada quando alguém manda os guardas comprarem qualquer coisa, quando vão à casa-de-banho ou quando fogem das tempestades, e isto não é bom!!! Só eles têm a chave. O Paulo já ficou várias vezes à espera (numa delas ensopado) e eu já tive um acesso de fúria, a derreter ao Sol . . . salva por um vizinho em calções de banho que me ouviu bater à porta.
Depois há outros pequenos pormenores, irritantes é certo, mas pequenos. Um exemplo é a loiça para três. Só podemos convidar alguém (uma pessoa) se a comida for marisco, porque isso, eu como com as mãos. Se formos obrigados a ficar aqui teremos que comprar um serviço de mesa.
Ainda não começámos a procurar outra casa a sério mas já temos uma ideia do que nos espera através de blogs de pessoas na mesma situação.

Como já referi estou no Clube Naval e era suposto estar a estudar. Vou tentar, até já.
Beijos

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

webcam

Já conseguimos gravar com a webcam.
Ainda há alguns problemazitos a resolver, como o da imagem tão acelerada que, juntamente com o facto de no início não lhe conseguirmos adicionar o som, parecer um dos filmes do avô.
Agora já temos o som só que ainda está dessincronizado, a filha fala com a voz do pai, o pai não fala de todo e por qualquer razão que me escapa eu falo na altura certa mas não digo o que pareço dizer.
Nada que mais umas noitadas não resolvam.

saudades